Aquilo mais parecia o inferno. Sob a tutela de Flúvia e Sammuel, Olívia Mara passara 7 anos de injúrias, todos os dias, ajoelhada sobre caroços de milho. Durante esses anos, Olívia conheceu Julie Macieira, que viria a ter grande importância no caminho que iria escolher.
Julie Macieira era poucos anos mais velha que Olívia Mara, mas sua cara de ingênua e seu olhar disperso camuflavam uma enorme lareira, um vulcão em alerta, quase sempre na iminência de um colapso atômico. Misteriosa, nunca falou do seu passado, e suas poucas primaveras não correspondiam à grande experiência de vida. Julie era, como costumavam dizer, passada na casca do alho, mesmo que não aparentasse.
As duas viraram comparsas durante esses sete anos de confinamento. Brincaram, cantaram, choraram e sofreram juntas, unidas, nas mãos do perverso casal americano. A cada castigo, cada surra, Julie Macieira prometia, debulhando-se em lágrimas, que um dia iriam se livrar disso tudo e que nunca mais seriam obrigadas a se ajoelharem nos caroços de milho. E esse dia estava próximo, muito próximo. Chiquérrimo, o casal Flúvia Renat e Sammuel Village, saíam todas quintas para comer fondue de queijo e tomar um vinho à luz de velas. E foi num desses dias, que Olívia Mara e Julie conseguiram fugir para sempre.
Caía uma forte tempestade. Desesperadas, Julie Macieira e Olívia Mara corriam cada vez para mais longe do seu purgatório, quando encontraram uma senhora muito velha, que lhes falou de uma choupana a poucos metros dali. Chegando lá, a porta estava aberta. Olívia não quis entrar, mas, coagida por Julie terminou concordando. A partir daí, foi selado um novo rumo para a triste vida de Olívia Mara. Essa choupana haveria ainda de ser conhecida e imortalizada por toda a eternidade.
Repito: Esta é uma obra de ficcção e qualquer semelhanças com pessoas ou acontecimentos será uma mera coincidência.
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Rodrigo - 8/21/2002 08:48:00 PM -