Em completo silêncio, as duas comparsas adentram à choupana. O local parecia estar abandonado há séculos. O cheiro de mofo era quase que insuportável, e os poucos móveis eram cobertos por uma grande camada de poeira. Inquieta, Olívia Mara parecia desconfiar do que esse local lhe reservava. Começando a sentir calafrios e suando frio, Olívia Mara quis e tentou ir embora, mas foi impedida por Julie Macieira.
As duas então começaram a discutir, pois Olívia Mara não queria mais permanecer nem um minuto naquele ambiente. Sendo tomada pelo desespero, empurrou Julie contra a parede, mas quando correu em direção a porta, esta se abriu, e surgiram dois homens completamente encharcados. Eram Romeu Cabrito e Zétinho, velhos conhecidos de Julie.
Mais calma, Olívia Mara decidiu que o mais sensato seria passar a noite ali, mesmo sentindo ainda aquela sensação de inquietude em relação ao local. Famintas, Julie e Olívia foram preparar algo para comer, enquanto os dois ficaram observando e conversando a poucos metros dali. Enquanto comiam, os quatro permaneceram durante algumas horas conversando. Julie contava com entusiasmo tudo que tinham passado sob a guarda do casal chiquérrimo, e Olívia Mara, envergonhada, apenas sorria.
Julie devorava a dobradinha com muita voracidade, como quem não comia há pelo menos 3 dias. Saciada sua fome por comida, Julie Macieira partiu para saciar sua outra fome. A fome de fazer amor. Com aquele olhar fatal e sorriso malicioso, pegou Zétinho pelo braço, o empurrou com muita força, rasgou suas roupas como uma louca ofegante, segurou seus objetos de prazer e o puxou para o único quarto da choupana. Julie urrava como uma desesperada histérica, jogando tudo que encontrava a sua frente contra a parede enquanto praticava seu ato de louvor a Calígula. Dizem as más línguas, que seus uivos foram ouvidos por toda a província.
Romeu Cabrito contava para Olívia, com um certo exagero, todas as histórias de sua vida, tudo que já tinha feito, e já tinha passado. Romeu era um homem maduro, nômade e boêmio por vocação. Já fizera de tudo em sua vida e já vivera em muitos locais, do norte ao sul da costa brasileira. Tinha muitas histórias para contar, e não parava de falar. Cansada, Olívia Mara terminou por fechar os olhos e tirar um breve cochilo enquanto ouvia os dizeres de Romeu. Foi nesse instante que ele aproveitou para chegar mais perto de Olívia Mara e segurar fortemente sua mão.
Tô dizendo: Essa é uma obra de ficção, e qualquer semelhança com pessoas e, PRINCIPALMENTE, nesse capítulo, acontecimentos, será uma mera coincidência.
Rodrigo - 9/01/2002 07:57:00 PM -