Pensem numa farra. às 10 e 40 nos encontramos no picanha, eu, o Rodrigo e Freud. às meia-noite e poucas chega o Rommel e 15 minutos depois nos dirigimos para o autodromo, onde ira ter a rave desse final de semana ( sim pq agora rave aqui em Fortaleza está igual a forró: tem durante todo o final de semana, todos os finais de semana ). Primeiro ponto a se notar é que Rommel foi para uma rave - ele bem que estava reclamando que não tinha outra opção mas, a partir do momento em que vc corta os forrós e descarta as boates, realmente as opções ficam minguadas.
A rave estava boa. Mesmo, fazia tempo que eu não me divertia tanto numa rave. Até o Rommel dançou cara! As nojentinhas estavam nojentinhas como de costume, ligeiramente mais novas do que as que vc espera ver numa rave mas, bem, quando cai no modismo qualquer coisa tende a perder o espírito original. O som estava ótimo: alto, quase ensurdecedor. O estilo?! Tipo, chega uma hora q você simplesmente não sabe se vc está escutando a musica ou num simples transe, mas até que alguém me corrija ou me relembre, tudo o que tocou la foi techno - sem pro, techno bom é melhor do que muito som por ai, mas bem q podia ter rolado um house e um hard trance para variar um pouco e colocar mais melodia no pancadão. O telão estava muito bom: apesar de pequeno, os filtros que eles arranjaram para o telão ( ou aquilo era um filme?! ) eram realmente hipnotizantes.
Ficamos lá até o dia comecar a raiar. Mas não foi lá que vimos o nascer do Sol. Nã! Chegou uma hora que, sob a luz do dia que estava se anunciando, as imagens da festa estavam claras demais e já tinham perdido ou metade do misterio que a escuridão guardava ou metade do horror que só então veio a tona. Esses gatos vei estão empestando tudo! Desconsolados, partimos (sem Rodrigo pq esse tinha um "compromisso" às 9 hs) para um No Limite!
Sabe aquela história de "Ah, a gente mora em Fortaleza, a gente devia era emendar as farras com a praia." Pois bem, foi o que fizemos. Passamos aqui na Mansão Palácio dos Macambira, pegamos as devidas vestimentas e fomos para a praia. A Crocobeach ainda não estava funcionando, o que forçou-nos a uma peregrinação que terminou lá na Itaparicá, onde bebemos o melhor caldo de peixe a R$ 3,50 que a fome pode temperar e o dinheiro pagar. Na barraca ao lado, outros Chic On The Beach chegaram com seus Pajeros e Cherokees para beber e escutar (pelo jeito, mais) forró. Na mesa ao lado, um casal com seu primeiro rebento aproveitavam a alegria de ser Pai Babaca e Mâe de Primeira Viagem. A esquerda deste casal, outro casal, de lésbicas, provando que para tudo fortaleza tem espaço, mesmo às 8:10 da manhã. Uma cerveja, 3 cocos e 3 caldos de peixe depois, rumamos de volta para a Crocobeach, para finalmente comermos caranguejos (enormes, pense!) um pouco mal temperados mas muito bem cozidos. Freud comeu o seu já clássico treco de arraia, por 7 reais ( muito bem servida essa porção). Certos de termos criado um novo record na tchurma, o de maior farra contínua em Fortaleza (12 hs), saímos, após vários banhos de mar ( ah como é bom morar aqui!) para as nossas respectivas residências, cansados, mas já bastante preparados para o reveillon.
Detalhes da vida cotidiana: vc colocaria na sua filha o nome de Tigressa?! Eu não, mas os pais dessa menina fizeram.
Tiago Macambira - 12/21/2002 07:28:00 PM -